Batida Diferente
Uma nova geração de artistas fas da música sertaneja uma campeã de audiência não apenas nas rádios, mas também nas baladas mais concorridas do momento.
Texto Luiza Catilho
"Você tenta provra/que tudo em nós morreu/Borboletas sempre voltam/ E o seu jardim sou eu". Se você nunca escutou esses versos, certamente anda longe das rádios, dos programas de TV... e das baladas. Criado pelos irmãos Vitor e Leonardo Chaves Zapalá Pimentel - mais conhecidos como Victor e Leo -, o hit "Borboletas" é só um entre os sucessos da dupla que se tomou campeã de vendas de discos em 2009, Victor, aliás, foi o compositor que mais lucrou no Brasil nos últimos três anos segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que registra os ganhos dos artistas em direitos autorais. Nesse período, Victor e Leo levaram 7 milhões de pessoas a seus shows, mesmo em festivais nem tão famíliares à música sertaneja, de perfil mais pop. Até o Rei Roberto Carlos se dobrou ao gênero: no show que deu origem a CD e DVD, ele cantou seus sucessos ao lado de Bruno e Marrone, César Menotti e Fabiano e deles, Victor e Leo.
A música sertaneja já tinha dominado as FMs nos anos 90, quando nomes como: Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano viraram celebridades. A história agora se repete, mas com nova roupagem: as letras românticas continuam lá, feitas pra dançar. O público? Essencialmente feminino, como antes - mas cada vez mais jovem, o que deu origem ao termo "sertanejo universitário".
"Toda noite é assim", explica Marco Tobal Jr., "mais mulheres do que homens." Tobal é dono do Villa Country , casa noturna totalmente dedicada ao sertanejo na cidade de São Paulo. Ele viu de dentro a mudança no público sertanejo ao longo dos útlimos quatro anos. "A elite da cidade perdeu aos poucos o preconceito." explica. "mas não aumentou nem diminuiu o público da casa. Só mudou um pouco. O sertanejo pode ter mais ou menos visibilidade, mas nunca perde potência. É a verdadeira música popular brasileira."
Renovação
Também na capital paulista, lugares como o Café de La Musique, com público de alto poder aquisitivo, têm noites dedicadas a essa música - a diferença é que, em vez de chapéu e botas, o figurino ali é urbano e descolado. Mas o som que faz todo mundo dançar é mesmo o das duplas - e o de ídolos teen como Luan Santana, que aos 19 anos e com dois CD´s lançados já foi parar até no seriado Malhação, da TV Globo, interpretando ele mesmo. Impulsionado pelo sucesso de "Tô de Cara" e Meteoro", Luan fez 300 shows no ano passado e seus vídeos acumulam milhões de visualizações no YouTube. "O Luan pe lindo, talentoso e prova que esse tipo de mpusica sempre pode se renovar." Diz a estudante de administração Gabriela Soares, 23 anos, fã do cantor e do gênero como um todo. Para ela (e para milhares de fãs do Brasil a fora), essa é uma febre que não tem hora pra acabar.
Fonte Revista CeA nº5
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